Perder

A dor da perda. Um filme que passa à frente dos olhos logo que se recebe a notícia. Os milhões de questionamentos quanto à demonstração de afeto, amor e carinho para com a pessoa que não se tem mais por perto, e nunca mais terá enquanto esteve aqui, perto, quente, reagindo. Um drama sentido na pele, distante do que insistimos em fazer por problemas banais de todos os dias. Brigas no trânsito, chefe exigente ou falta de grana são reduzidos a pó. Perder e nunca mais ter de volta. Se dar conta disso é devastador.

Não é como perder um objeto, ou um filme na sua última sessão. Tampouco como perder uma prova importante ou um encontro decisivo para o trabalho. Perde-se uma parte de si. Enquanto esteve aqui, fiz o que tanto prego sobre o amor, mentalmente, todos os dias? Cuidei o quanto deveria? Me aproximei como podia? Amei como declarava? Nada disso importa mais. Perdi e nunca mais terei de volta. O nó na garganta que se desfará lentamente e aos poucos, é o menor dos punimentos por cada por quê ou "se" levantado. Foi, para nunca mais voltar.

Ficam as lembranças, os carinhos, os ensinamentos, o convívio bom, o exemplo de pessoa. As lágrimas serão apenas de saudade. A consciência da existência era confortante. A ausência faz perder o rumo, mesmo que por um tempo. "Como será a partir de agora?" Tudo faz lembrar. Um sorriso que fazia todos sorrirem.

A vida deve continuar. Sentimento de vazio, e a tentativa de executar na prática o trabalho deixado por quem partiu. Não pensar no que não se fez. Seguir para fazer feliz quem tanto nos fez feliz, seja onde for. Seu exemplo, seu abraço, sua comida e seus conselhos. Um ganho.

À Rozália Andrade de Oliveira e a todos os que passaram pela vida de alguém para deixar felicidade, carinho ou um ensinamento. In memorian and in our hearts.

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