Desventuras em série

São Paulo, sexta-feira, última da semana do feriadaço de Carnaval. Expectativa a pino para a viagem pro interior com nada mais nada menos que dois ônibus cheios de amigos e desconhecidos, marcada há meses para aquele final de semana - o derradeiro antes de iniciar o ano de fato. Dia propício pro trabalho dobrar durante o dia, e atrasar tudo pra tão empolgante viagem. Como em todas as coisas que me proponho a fazer e lugares a ir, cheguei atrasada no ponto de encontro, mas ainda a tempo de embarcar em tão louca - e boa - experiência. Em um veículo sem nenhuma tantas modernidades, fomos.

Baderna costumeira dentro do ônibus, que nem sentimos o tempo passar durante pelo menos metade do trajeto. Até chegarmos na estrada de fato, tudo estava na mais perfeita paz e controle. Só nos damos conta da viagem mesmo quando notamos as infinitas árvores que povoam os lados esquerdo e direito da também infinita rodovia. Conversa vai, conversa vem, bebe uma água aqui, come qualquer coisa ali... todos calmos e felizes até vermos o motorista entrando em perímetro urbano, e passando pelo mesmo lugar, por diversas vezes. Até aí, tudo OK. Já imaginava que, eu estando na jogada, atraso seria o lema até na chegada ao destino. E não é que uma viagem de normalmente 4 horas de duração, com parada, se transforma numa de quase 6h, SEM parada? Eu disse SEM parada. Com isso, chegou a vez da parte fisiológica me chamar: eu precisava, mais que todos ali e em toda face da terra, liberar o que chamam de número 1.

Com pedidos descontraídos de "aguenta mais um pouco, já estamos chegando!", eu suportei esse "mais um pouco". Mas estamos falando de MIM, parceira do Murphy. Então, enquanto esses minutos se passavam, recebemos a bela notícia de que estávamos perdidos de novo; e no meu pensamento eu realmente queria esperar até chegar ao local pra correr para o WC. Mas o organismo é impaciente e apelou: pararam o ônibus para que eu liberasse todo líquido existente em minha bexiga. Ali, à beira-de-estrada, como sempre falei de pés juntos que jamais um dia o faria. Como diz um amigo, "pobre soberba". Se existia alguma empáfia característica de minha personalidade, caiu ali.

Depois de esvaziar uma bexiga aflita no meio do nada, seguimos viagem. Voltas e mais voltas depois, paradas em postos de gasolina macabros e escuros para pedir informações, com direito à estrada de terra e ponte de madeira, chegamos! Até ali, nada poderia ser pior que liberar meus líquidos na estrada. Pois é, poderia. O que era pra ser terra e grama, era água e lama. Havia chovido torrencialmente ali enquanto fazíamos um tour por lugar nenhum, o que só mais tarde nos fez pensar e dar conta que tudo isso só nos livrou de tomar a baita chuva. Atolamos os pés na lama e curtimos os últimos minutos antes de dormir deitar por algumas horas, sabendo que foi até bom termos dado umas voltas em 'tão tão distante'.

OBS.: Este foi o relato de uma prima minha. Imaginem se um dia eu faria xixi na estrada.. me poupem.

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