Segunda-feira, dia de volta ao trabalho. Dia perfeito para o ônibus passar 10 minutos mais tarde do horário de sempre, me atrasando. Mesmo dia também que a moça que faz a limpeza usualmente na empresa precisou ir ao médico, e seria assim substituída por outra pessoa. Diretamente do Grajaú (pra quem não conhece, é um longíquo bairro de São Paulo) uma senhora de uns 55 anos aproximadamente, tímida e muito, mas MUITO humilde, chegou mais cedo que eu - que abro a empresa antes das 7h e moro a 20min. Perguntei o nome dela e inaudívelmente ela me respondeu, sorrindo. Se chamava Elizelba, só descobri depois. Mas mais surpreendente ainda foi o que eu descobriria mais tarde.
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A foto mostra mais ou menos o ângulo que Elizelba acompanhou tudo, a olho nu, adicionando o fato de ver sua amiga de trabalho em desespero na janela do prédio em chamas, que sem socorro, se jogou pela janela, como tantos outros.
Relatei isso aqui porque ainda me impressiono todos os dias quando passo em frente ao local do acidente. Me impressiono mais ainda em lembrar das imagens, e por ter me colocado no lugar dela. A vida pode oferecer uma nova chance, mas nunca poderemos contar com ela. Aproveitemos o máximo tudo o que vier, seja amor, ou seja dor, agradecendo sempre pelo simples fato de estarmos vivos.
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